DONA ALICE
Quem me julga, Dona Alice,
Que só por vir à janela
Tenha de ir no diz que disse,
No desce e sobe a viela?
E que a moça ali ao lado
É qual cais de marinheiro?
E a viúva do Soldado
Vai casar com um Primeiro?
Dona Alice, não me conte
Que eu cá finjo não ouvir!
Não se julgue como fonte
Das novas que estão p’ra vir!
E se pensa que aqui fico
Para ouvir seu recital,
Tem razão, ponha no bico
O café, meu bom jornal!
in "Divertimento poético ou cinquenta quadras mais ou menos ao gosto popular, seguidas por três, porque três foi a conta que deus fez, redondilhas com gente dentro: Ti Maria, Ti Zé e Dona Alice (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2007)