REPARA
Murmura o sol sobre a planura.
Repara como urde fio a fio
da sombra e da luz o destino.
SAUDADE
Ave que esboça o regresso
no soturno céu
da partida.
SEARA
Esta é a seara onde
colhes o fruto como verso
do ventre de uma escrinha.
SEMENTE
Das mãos se desprende o gesto:
a semente que deseja
ser flor, ser fruto.
SEMENTEIRA
Consumo as palavras,
os sentidos das palavras,
no semear do poema.
in "À beira do silêncio (uma centena de experiências em poetrix)" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2006)
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