Como quero respirar
O ar do amanhecer.
Só nele posso ganhar
O que tive de perder
*
Corre o mundo, corre, corre...
Corre o mundo sem parar.
Porque o dia é sol que morre
Na certeza de voltar.
*
Da janela para a rua
Voa longe o meu olhar
Como nuvem que flutua
Sem medo de não voltar
*
De sete sílabas são
Os quatro versos da vida
Que como poucos nos dão
Do coração a batida
*
Dei-te um lencinho bordado
Quando o sol se foi deitar.
Ai, amor, que o tens guardado
Para quando a ti voltar.
in "Divertimento poético ou cinquenta quadras mais ou menos ao gosto popular, seguidas por três, porque três foi a conta que deus fez, redondilhas com gente dentro: Ti Maria, Ti Zé e Dona Alice (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2007)
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