Miguel de Castro faleceu em 2009. Nessa altura, dediquei-lhe o seguinte poema que, hoje, aqui deixo à guisa de homenagem.
ao Miguel de Castro
subamos as escadas mas depressa
não há tempo a perder
rasga-me a carne o relógio
como o arado a terra
vamos depressa
depressa
porque é urgente subir
sabes
como no teu poema
temos vinho e cigarros
e até uns trocos trago na algibeira
se não chegarem para as putas
para que as enganemos noite adentro
e durmamos em verso no bordel
que sirvam para uns caracóis
ou então para as balas da pistola
com que rebentaremos os miolos
aos comedores de croquetes
e há tantos nisto da poesia
e no meio das metáforas
vamos
como escreveste há tanto tempo
morrer, sem glória, em qualquer luta
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