I PARTE
COROA
Primeira Torre – ABADE JOÃO
Pela nobreza,
não lutara,
mas pela dor de nada ter.
Só este silêncio informe
de um preso grito
numa imagem
repetidamente exposta
de amado corpo degolado.
E a mourama aqui tão perto,
cercando
asfixiando o próprio poema.
E o vento
calando na pedra
a canção da vitória.
Ouve, a morte ri,
não vem do rio,
desce das muralhas.
Escuta,
não fora a esperança
que fenecera,
era o medo a germinar.
in "Monte Maior sobre o Mondego" (e-book, ArcosOnline, Arcos de Valdevez, Portugal, 2006; Temas Originais, Coimbra, Portugal, 2010) - Menção Honrosa (Poesia) no Prémio Literário Afonso Duarte - 2004.
Sem comentários:
Enviar um comentário