sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

de "Divertimento poético" - 41 a 45


Para quê sentir o mar
Retirar-se mansamente,
Se não podemos amar
Quem vemos em nossa mente.

*

Para quê ser o não ser
Se não ser é ser assim.
Ser ser e nunca saber
Qual dos seres se é enfim.

*

Quantas vezes o carteiro
Traz a carta sem saber
Que transporta o mundo inteiro
Para quem a receber

*

Retira das mãos o gesto
Com que crias o teu mundo.
Que nada reste, que o resto
É pó, cinza e mar ao fundo.

*

Será que o amor é vida?
Será que ele é ilusão?
Só sei que és minha querida,
Meu amor do coração.

in "Divertimento poético ou cinquenta quadras mais ou menos ao gosto popular, seguidas por três, porque três foi a conta que deus fez, redondilhas com gente dentro: Ti Maria, Ti Zé e Dona Alice (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2007)

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