sábado, 14 de junho de 2014

de “O guardador das águas” - 14

Sabia de uma guitarra
que aconchegava as vozes
nas noites de inverno.


Do vinho jorrando
em fontanários de madeira.



Dos corpos celebrando
a conjugação
das colheitas.



Não sabia do mar,
não partilhava o destino
dos rios.



O seu sonho era ficar.



Guiar a água
que guardava.



in “O guardador das águas” (Mar da Palavra, Coimbra, Portugal, 2005); “Viagem pelos livros” (Escrituras, São Paulo, Brasil, 2011) - Prémio de Poesia Vítor Matos e Sá – 2004, organizado pelo Conselho Científico da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

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