quinta-feira, 19 de junho de 2014

de “O guardador das águas” - 19

As pálpebras do círculo do fogo
tremem.

Sentem o peso das horas
do dia que declina.

O desejo
de se fecharem para o mundo.

De sentir
o feminino corpo da noite.

E fecundá-lo de estrelas,
do cântico dos grilos,
de sonhos.


in “O guardador das águas” (Mar da Palavra, Coimbra, Portugal, 2005); “Viagem pelos livros” (Escrituras, São Paulo, Brasil, 2011) - Prémio de Poesia Vítor Matos e Sá – 2004, organizado pelo Conselho Científico da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

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