quarta-feira, 5 de novembro de 2014

de "Afluentes do poema" - 5


Escrevera na margem do rio o
meu nome como marca da partida.
Ao longe, o mar, espelho do sol, como
aguarela suspensa no olhar. Quadro
onde encontro o caminho, o meu caminho.
Embarco neste barco. Neste cais
deixo a última semente da saudade.
E vou. Procuro o mar. Há uma ilha e
um canto de sereias que me chama.
Indago nome e rosto, a queda das
máscaras, como um último poema,
criação derradeira do poeta.

in "Afluentes do poema" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2006)

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