domingo, 9 de novembro de 2014

de "Afluentes do poema" - 9


José Carlos Ary dos Santos, ao
ler-te observo a música do verbo,
da palavra artilhada, bomba, flor
pungente de amor, vida, de desejo.
Ler-te é uma viagem de demanda
de novas sensações e melodias,
acordes que fervilham e nos surgem
nítidos entre cada dobra do
poema. Mas ler-te é, também, sentir
o acordar na memória de imagens,
vozes: Fernando Tordo, Carlos do
Carmo, Simone de Oliveira. Ler-te
é saber de uma pátria de sombras,
pátria amordaçada, de um caminho,
do sol da poesia que alto brilha
e não cala, e não cala o canto, o sonho.

in "Afluentes do poema" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2006)

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