segunda-feira, 8 de setembro de 2014

de "À beira do silêncio" - 36 a 40


ESPELHO

onde a face de narciso
se recolhe, oculta
a palavra se revela.

ESTÁTUA AO POETA DESCONHECIDO

repousam as pombas nos ombros
do poeta ou da noite
que cai dentro do próprio poema?

FILIGRANA

entrelaçados
na contemplação da jóia
os cabelos do sol

FONTE

Do ventre da pedra,
o segredo da água
sedenta de luz.

FRAGILIDADE

frágeis são as manhãs
as pétalas do orvalho
anunciando a despedida

in "À beira do silêncio (uma centena de experiências em poetrix)" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2006)

Sem comentários: