sábado, 13 de setembro de 2014

de "À beira do silêncio" - 61 a 65


NÁUFRAGO

O poeta é náufrago
por entre a memória
em construção

NOCTURNO

no uivo da noite
o cão
de breu se veste

NOVILÚNIO

Habito o sonho e sinto
a leveza do voo lunar
neste tempo novilúnio.

OCASO

Por acaso, o ocaso nasce
no limite do mar
ou na raiz do teu olhar?

OFERENDA

Vou, como o Eugénio de Andrade,
com as aves. Vou rente aos campos
colher-te, mãe, uma flor, um verso.

in "À beira do silêncio (uma centena de experiências em poetrix)" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2006)

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