JOSÉ FÉLIX
repousa o olhar na pedra
que a forma oculta
as mãos
que iluminam o gesto
e que acordam o cinzel
indagam
a resolução
de um teorema
a palavra
ventre incandescente
do poema
*
depois de um sono doce como a morte
José Félix
esqueçam-me se parto porque quero
se me deito neste leito
e invento uma noite sem fim
ou se me perco neste mar
no sonho insano de ser náufrago
ou se recuso a terra
pendente num ramo qualquer
esqueçam-me estas flores não merecem
esta laje esta sorte este epitáfio
que fenece ao sol nascente
in "Poemas com rosto" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2007)
Sem comentários:
Enviar um comentário