ANTÓNIO RAMOS ROSA
onde o gesto nasce abre-se o livro
a cada gesto corresponde
o nascimento de uma sílaba
ao ourives o ofício
do filigrana
ao poeta a música
a musa dos sentidos circundando
gravitando
em torno do ouro
a palavra inaugural
*
Se escrevo é porque nunca vejo mesmo quando vejo
António Ramos Rosa
escrevo na margem
vegetal
do silêncio
onde o silício se eleva
na fragilidade
da memória
e as mãos devoram
a matéria dos sonhos
entre as fragrâncias
breves
de um olhar
in "Poemas com rosto" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2007)
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