CASIMIRO DE BRITO
do apolíneo curso anoto o seu nascente
um breve traço de mel
dependurado
na janela semi fechada
meio aberta
do meu quarto
docemente
inicia a invasão
lenta
de todos os recantos
a oriente
o poeta ensaia
a criação de um poema
um pássaro o traz
em seu canto matinal
*
Nada te peço, nada. Visito, simplesmente,
o teu corpo de cinza.
Casimiro de Brito
nada te direi
deixo as palavras à porta
sob o tapete
junto de todos os outros versos
que recusei plantar
nada te pedirei
passo por aqui
como se a música nascesse
no teu corpo
no teu corpo de cinza
e de silêncio
in "Poemas com rosto" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2007)
Sem comentários:
Enviar um comentário