HERBERTO HELDER
Onde se esculpe a boca, abre-se a voz.
A madeira revela
o fogo
das palavras.
Estas, como pétalas,
caem sobre as páginas
que rente ao olhar,
em voo,
se descobrem.
*
As barcas gritam sobre as águas.
Eu respiro nas quilhas.
Herberto Helder
imprecisa a aguarela reclama
um só olhar
um só instante sobre as águas
onde o grito se derrama
para que o escutemos
mas eu vou pelas ondas
pela espuma que acorda o areal
ou pelo barco
esboço de vento ou miragem
ao fundo sobre o azul
onde aprendo a respirar
in "Poemas com rosto" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2007)
Sem comentários:
Enviar um comentário