FLORBELA ESPANCA
eviterno
é o poema
que dentro da própria arte
nasce
exacto e perfeito
evoca as mãos
que ao caos resgatam a ordem
e o que surge
é qual flor subtil
que brilha e arde
no verbo sentir
*
Quando, inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!
Florbela Espanca
quando morre um poeta
o sol sorri
sabe o destino das palavras
que plantou
no coração do silêncio
a sua fome de sílabas
a sua febre de música
outros as decifrarão
o poeta agora é rosa
vê como o sol a beija
in "Poemas com rosto" (e-book, Virtualbooks, Brasil, 2007)
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